domingo, 23 de outubro de 2016

TODO CAMINHO DÁ NA VENDA!



      Há alguns anos, estive em uma clínica a fim de realizar alguns exames para renovação da carteira de motorista. Ao entrar na sala da psicóloga, fui atendido por uma senhora muito gentil. De forma atenciosa, ela seguiu as formalidades pertinentes àquele processo e, em seguida falou, de modo educado:

-          Ah, o senhor é Batista, não é?!
-          Isso mesmo – respondi, cordialmente.
-          Eu gosto muito de freqüentar igrejas – prosseguiu – Gosto de ouvir a palavra de Deus, e costumo ir a vários lugares... – disse a gentil senhora, enquanto citava alguns nomes. – e arrematou: - Vou sempre, pois como o senhor sabe, “todo o caminho dá na venda!” – exclamou, exibindo um largo sorriso.
-          A senhora pensa assim mesmo?... – perguntei sorrindo, educadamente – e continuei: - Vamos supor que a senhora quisesse ir ao centro do Recife. O que faria? Tomaria qualquer direção para chegar até lá? Ou a senhora precisaria do caminho certo?
-          Não, evidentemente, eu precisaria do caminho correto para chegar lá.
-          Então, – continuei – se funciona desta forma em nossa vida natural, por que em relação à vida espiritual, que é tão mais importante, tudo funcionaria de “todo jeito”?
-          Não, mas o que eu quero dizer, é que o que importa é que tenhamos fé; o importante é ter fé!...- concluiu.
-          Será que é assim mesmo? – perguntei – É dessa maneira que a senhora pensa? – Posso fazer mais algumas perguntas?
-          É claro que sim. – disse
-          Eu presumo que a senhora seja a proprietária desta clínica...
-          É verdade – disse a psicóloga.
-          A senhora tem uns vinte funcionários, aproximadamente? – indaguei
-          Sim – ela respondeu.
-          O que é importante para a senhora? Que os seus funcionários trabalhem, meramente, ou que eles o façam dentro de parâmetros preestabelecidos pela senhora? – perguntei.
-          Eles têm que seguir o sistema que foi criado para o funcionamento adequado da empresa. – afirmou, educadamente.
-          Então, será que o verdadeiro Deus, o Deus da Bíblia, não estabeleceu os princípios, pelos quais Ele deseja ser buscado, adorado e crido? - concluí.   Não houve resposta.

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (João 14:6).

                                                                                                                                                      Túlio Vasconcelos

 (De “Histórias de Pescadores – Aprendendo a Viver, Lendo a Vida” – Ed. Novo Horizonte, 2008 – Vasconcelos, Túlio)
          

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

NEM TODOS OS PASTORES SÃO BILIONÁRIOS



               Há alguns anos , li um artigo de um jornal recifense: “Edir Macedo no topo da lista da Forbes”(JC, sábado 19.01.13- economia p.06), o qual foi muito esclarecedor. Motivei-me, então a escrever, com a finalidade de oferecer ao leitor algo que estabeleça uma diferença entre a realidade dos grupos que vivem em realidades financeiras muito privilegiadas, e os grupos evangélicos que possuem líderes competentes, comprometidos com o pastoreio, aconselhamento e ensino das famílias. As questões financeiras relacionadas a pastores de Igrejas históricas ou grupos denominacionais evangélicos dependem sempre dos seguintes aspectos:
1.     Aprovação da Igreja local ou de uma comissão constituída por voto, em sistemas regimentais, para este fim; as ofertas pastorais (probendas) precisam ser aprovadas em assembléias ou reuniões. E não são os pastores que “aumentam” a sua remuneração;
2.     As condições da comunidade cristã, na qual se está trabalhando. Há pastores que, por exemplo, trabalham em atividades seculares, para manterem as suas famílias. Com o tempo e o crescimento das igrejas e congregações, e o reconhecimento pelo trabalho, as remunerações podem sofrer ganhos, com o passar do tempo. Isso dependendo da integridade e comprometimento daqueles líderes; pois, no caso dos grupos evangélicos tradicionais, as exigências quanto ao caráter dos ministros é muito alta, por parte de membros e congregados; a avaliação é diária e criteriosa.
       Em suma, pastores éticos não controlam e nem manipulam o dinheiro das igrejas. Recebem ofertas ou prebendas(na linguagem jurídica) pelo seu trabalho de pregação, visitação, ensino, acompanhamento a enfermos, administração eclesiástica e dedicação integral ou semi-integral à comunidade cristã.  Essas ofertas possuem valores e periodicidade decididas pelas igrejas ou congregações, em assembleias regulares; e os valores são entregues aos pastores em data marcada, pela tesouraria da instituição, mediante assinatura de recibos comprobatórios. Um pastor coerente com o modelo bíblico, também participará do sustento da sua igreja ou congregação, sendo dizimista e ofertante regular; por decisão voluntária e ato de gratidão e adoração a Deus (I Crôn. 29:2,3,6-9,14; Números 18:26; Neemias 10:38; Malaquias 3:10,11; Mateus 23:23; Lucas 11:42; 18:12; Heb. 7:2, 4 - 9).
       Saliente-se, ainda, que uma das grandes diferenças, entre as igrejas neo-testamentárias e os grupos que se destacam pela sua arrecadação financeira “exótica”, é que o dinheiro não é o foco principal (no primeiro caso), e todo o recurso financeiro voltará para a comunidade na forma de ação missionária e evangelística; educação cristã, apoio espiritual, ensino ético e consistente; fortalecimento das famílias, recuperação de vidas (drogados); ação social diversificada, atividades de socialização; melhoramento da infra-estrutura dos templos e salas de aula; treinamentos diversos, apoio saúde e tantas outras ações. Pois o objetivo é o mesmo de Jesus Cristo: Glorificar a Deus, edificando as vidas.
                                                               
                                                                              Túlio Vasconcelos