Há alguns anos, estive em uma clínica a fim de realizar
alguns exames para renovação da carteira de motorista. Ao entrar na sala da
psicóloga, fui atendido por uma senhora muito gentil. De forma atenciosa, ela
seguiu as formalidades pertinentes àquele processo e, em seguida falou, de modo
educado:
-
Ah, o senhor é Batista, não é?!
-
Isso mesmo – respondi, cordialmente.
-
Eu gosto muito de freqüentar igrejas – prosseguiu – Gosto de ouvir
a palavra de Deus, e costumo ir a vários lugares... – disse a gentil senhora,
enquanto citava alguns nomes. – e arrematou: - Vou sempre, pois como o senhor
sabe, “todo o caminho dá na venda!” – exclamou, exibindo um largo sorriso.
-
A senhora pensa assim mesmo?... – perguntei sorrindo, educadamente
– e continuei: - Vamos supor que a senhora quisesse ir ao centro do Recife. O
que faria? Tomaria qualquer direção para chegar até lá? Ou a senhora precisaria
do caminho certo?
-
Não, evidentemente, eu precisaria do caminho correto para chegar
lá.
-
Então, – continuei – se funciona desta forma em nossa vida
natural, por que em relação à vida espiritual, que é tão mais importante, tudo
funcionaria de “todo jeito”?
-
Não, mas o que eu quero dizer, é que o que importa é que tenhamos
fé; o importante é ter fé!...- concluiu.
-
Será que é assim mesmo? – perguntei – É dessa maneira que a
senhora pensa? – Posso fazer mais algumas perguntas?
-
É claro que sim. – disse
-
Eu presumo que a senhora seja a proprietária desta clínica...
-
É verdade – disse a psicóloga.
-
A senhora tem uns vinte funcionários, aproximadamente? – indaguei
-
Sim – ela respondeu.
-
O que é importante para a senhora? Que os seus funcionários
trabalhem, meramente, ou que eles o façam dentro de parâmetros preestabelecidos
pela senhora? – perguntei.
-
Eles têm que seguir o sistema que foi criado para o funcionamento
adequado da empresa. – afirmou, educadamente.
-
Então, será que o verdadeiro Deus, o Deus da Bíblia, não
estabeleceu os princípios, pelos quais Ele deseja ser buscado, adorado e crido?
- concluí. Não houve resposta.
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (João 14:6).
Túlio Vasconcelos
(De “Histórias de Pescadores – Aprendendo a Viver, Lendo a Vida” – Ed. Novo Horizonte, 2008 – Vasconcelos, Túlio) |
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domingo, 23 de outubro de 2016
TODO CAMINHO DÁ NA VENDA!
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
NEM TODOS OS PASTORES SÃO BILIONÁRIOS
Há alguns anos , li um
artigo de um jornal recifense: “Edir Macedo no topo da lista da Forbes”(JC,
sábado 19.01.13- economia p.06), o qual foi muito esclarecedor. Motivei-me,
então a escrever, com a finalidade de oferecer ao leitor algo que estabeleça
uma diferença entre a realidade dos grupos que vivem em realidades financeiras
muito privilegiadas, e os grupos evangélicos que possuem líderes competentes,
comprometidos com o pastoreio, aconselhamento e ensino das famílias. As
questões financeiras relacionadas a pastores de Igrejas históricas ou grupos
denominacionais evangélicos dependem sempre dos seguintes aspectos:
1.
Aprovação
da Igreja local ou de uma comissão constituída por voto, em sistemas
regimentais, para este fim; as ofertas pastorais (probendas) precisam ser
aprovadas em assembléias ou reuniões. E não são os pastores que “aumentam” a sua
remuneração;
2.
As
condições da comunidade cristã, na qual se está trabalhando. Há pastores que,
por exemplo, trabalham em atividades seculares, para manterem as suas famílias.
Com o tempo e o crescimento das igrejas e congregações, e o reconhecimento pelo
trabalho, as remunerações podem sofrer ganhos, com o passar do tempo. Isso
dependendo da integridade e comprometimento daqueles líderes; pois, no caso dos
grupos evangélicos tradicionais, as exigências quanto ao caráter dos ministros
é muito alta, por parte de membros e congregados; a avaliação é diária e
criteriosa.
Em suma, pastores éticos não
controlam e nem manipulam o dinheiro das igrejas. Recebem ofertas ou
prebendas(na linguagem jurídica) pelo seu trabalho de pregação, visitação,
ensino, acompanhamento a enfermos, administração eclesiástica e dedicação
integral ou semi-integral à comunidade cristã. Essas ofertas possuem valores e periodicidade
decididas pelas igrejas ou congregações, em assembleias regulares; e os valores
são entregues aos pastores em data marcada, pela tesouraria da instituição,
mediante assinatura de recibos comprobatórios. Um pastor coerente com o modelo
bíblico, também participará do sustento da sua igreja ou congregação, sendo
dizimista e ofertante regular; por decisão voluntária e ato de gratidão e
adoração a Deus (I Crôn. 29:2,3,6-9,14; Números 18:26; Neemias 10:38; Malaquias
3:10,11; Mateus 23:23; Lucas 11:42; 18:12; Heb. 7:2, 4 - 9).
Saliente-se, ainda, que uma das grandes diferenças, entre as igrejas
neo-testamentárias e os grupos que se destacam pela sua arrecadação financeira
“exótica”, é que o dinheiro não é o foco principal (no primeiro caso), e todo o
recurso financeiro voltará para a comunidade na forma de ação missionária e
evangelística; educação cristã, apoio espiritual, ensino ético e consistente;
fortalecimento das famílias, recuperação de vidas (drogados); ação social
diversificada, atividades de socialização; melhoramento da infra-estrutura dos
templos e salas de aula; treinamentos diversos, apoio saúde e tantas outras
ações. Pois o objetivo é o mesmo de Jesus Cristo: Glorificar a Deus, edificando
as vidas.
Túlio Vasconcelos
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